Beija-Flor reúne personalidades pretas em roda de conversa com jovens estudantes

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Beija-Flor reúne personalidades pretas em roda de conversa com jovens estudantes
Para além das fantasias e alegorias que prepara para desfilar com o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”, a Beija-Flor de Nilópolis promoveu, no último sábado, mais uma ação pedagógica na intenção de aumentar a compreensão do tema, dedicado à exaltação da intelectualidade negra. A quadra da escola de samba recebeu, pela manhã, uma roda de conversa formada por pessoas pretas, convidadas pela azul e branca para falar sobre a própria representatividade diante de jovens estudantes da rede pública do município da Baixada Fluminense e dos alunos do Instituto Beija-Flor.
Mediado pela jornalista Flávia Oliveira (da GloboNews e do Jornal O Globo), o evento contou com as participações de Selminha Sorriso (porta-bandeira da Beija-Flor e diretora cultural da agremiação); Haroldo Costa (comentarista de carnaval); André Rodrigues (diretor de criação na equipe do carnavalesco Alexandre Louzada), entre outras personalidades do Carnaval, caso de Maria Augusta (carnavalesca e jurada do prêmio “Estandarte de Ouro”).
Promovida com o apoio da diretoria da Beija-Flor, representada pelo presidente Almir Reis, a iniciativa envolveu diálogos sobre a importância das vivências pretas, do lugar de fala dessas pessoas e da consciência dela diante das lutas do dia a dia. Houve suporte também de autoridades municipais e estaduais: participaram Aline Muniz, Igor Lioi e Lilian Gutman, respectivamente representantes das secretarias de Educação de Nilópolis, do estado do Rio de Janeiro e da capital fluminense — o trio parabenizou a escolha do enredo e destacou que os conhecimentos dele são relevantes para as crianças desde o início da vida escolar.
— Só temos a agradecer pelo apoio do poder público aos nossos trabalhos aqui na quadra, bem como ao prestígio que é podermos reunir nossos segmentos e nomes como Flávia Oliveira e Haroldo Costa para debater o enredo e todo o conhecimento nele envolvido — afirmou Almir Reis, completando: — Mais do que desfilar na Sapucaí contando essas histórias, elas começaram a ser tratadas aqui na quadra, dia a dia, ensaio após ensaio. É o papel da escola de samba, mesmo antes dos desfiles e fora do Sambódromo.
Iniciativa ‘histórica’
Além das conversas sobre o “empretecer”, a roda de conversa promovida pela Beija-Flor incluiu ainda apresentações culturais feitas pelos alunos do Instituto Beija-Flor a partir de tópicos relacionados ao enredo. Selminha Sorriso, que leciona para os participantes do projeto social, saiu radiante da ocasião, que classificou como “história” para a escola:
— Nosso objetivo é levar conhecimento para as crianças e jovens. Precisamos ajudá-los a construir um país onde o racismo não seja mais algo tolerável por uma parcela da sociedade. As crianças agregaram muito conhecimento e o evento se transformou numa sala de aula de respeito e verdade. Aqui, todos são iguais e formam um povo que é resistência cultural.
A Beija-Flor encerra, dentro de menos de 20 dias, o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Carnaval de 2022 em abril, adiados por causa da pandemia: será a sexta escola a cruzar a Sapucaí em 22 de abril, uma sexta-feira.
Créditos da foto: Eduardo Hollanda.

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