Hoje é dia de Jorge! Hoje é dia de Samba!

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Crédito: LIESA

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São Sebastião é o dono da casa, o anfitrião, mas quando chega o Carnaval os tambores rufam mesmo é por São Jorge! Ou por Ogun, o orixá africano, senhor do ferro e das grandes demandas, o imbatível Guerreiro!

De acordo com os católicos, Jorge era um soldado romano nascido na Capadócia, a Turquia de nossos dias, por volta do ano 280. Seus feitos lendários vêm das Cruzadas, defendendo e pregando os ensinamentos de Cristo. É representado como um jovem legionário, montado em um cavalo branco, empunhando uma lança, fustigando o dragão do mal, como também é cultuado por ortodoxos e anglicanos. No Brasil, sabe-se lá por que motivo, surgiu a história de que o Santo mora na lua… Será?

Mas, pegou. Principalmente nas Escolas de Samba, que se acostumaram a retratá-lo na imensidão lunar. Em 1993, quando levou para a Avenida o enredo “No Mundo da Lua”, a Grande Rio apresentou uma comissão de frente formada por vários São Jorge em seu habitat predileto, onde os astronautas norte-americanos espetaram, em julho de 1969, uma bandeira assinalando a pretensa conquista de seu País.

Vinte anos depois, coube à Beija-Flor de Nilópolis, também exaltar o Guerreiro da Capadócia na comissão de frente. Mas, aí, a história era outra. O foco não era mais a lua, agora era o cavalo – elemento central do enredo “Amigo fiel – Do Cavalo do Amanhecer ao Manga-larga marchador”, tema que contava a história do puro-sangue. E quem teria um cavalo de tão elevada estirpe como Santo? Nem Alexandre, o Grande.

Mais Jorge do que Santo o grande homenageado deste 23 de abril adora desfilar. Na União da Ilha, em 2012, no enredo que exaltava a Olimpíadas de Londres, veio na segunda alegoria, a que simbolizava a Inglaterra, onde exerce a responsabilidade de padroeiro, protegendo a Rainha, toda a Corte e os súditos ao longo dos séculos. Do seu lado, dividindo as honras do carro, estava o Rei Arthur. Em 2020, o Santo voltou na tricolor, agora no abre-alas, sintetizando toda a fé do povo da comunidade. Fran-Sérgio, um dos carnavalescos que assinava o enredo, representou o Guerreiro, no alto da estrutura, pertinho da lua.

Em 2016, a Estácio de Sá dedicou um desfile inteiro ao seu protetor: “Salve São Jorge, o Santo Guerreiro”- mas antes de contar a vida do Santo na Avenida, a direção da Vermelha e Branca decidiu consultar a Arquidiocese do Rio. Tudo certo, pista livre para o capadócio.

Ao homenagear a sua estrela maior (“Silas canta Serrinha”), em 2016, o Império Serrano também exaltou o Santo Guerreiro, recordando a procissão e a carreata tradicionais, que partem da porta da quadra – este ano, mais uma vez, a festa será lembrada numa live que irá ao ar no domingo, dia 25, ao meio-dia. Já a Unidos de Padre Miguel fará missa no dia 23, às 11 h, e uma live com show, a partir das 20 h.

 

No desfile que simbolizava a fé do brasileiro, em 2017, a Estação Primeira deu um lugar de destaque a São Jorge, um dos grandes homenageados com o enredo “Só Com a Ajuda do Santo”. Uma curiosidade do desfile criado por Leandro Vieira foi a imagem metade Cristo e metade Oxalá – que, ao contrário de Jorge, festejadíssimo, não pode voltar no Sábado das Campeãs.

E para consolidar a integração total do Santo Guerreiro com a comunidade do ziriguidum, os devotos cariocas criaram recentemente a Escola de Samba Guerreiros de Jorge, fazendo um trabalho parecido com os de São Paulo que, em 2005, fundaram a Acadêmicos de São Jorge. É como diz Aluísio Machado, devoto de lei: “Se mete comigo!”

(Texto de Cláudio Vieira – Fotos Equipe Henrique Matos/LIESA)

 


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