Morre Djalma Sabiá, um dos fundadores do Acadêmicos do Salgueiro

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NOTA OFICIAL – DJALMA SABIÁ

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O GRES Acadêmicos do Salgueiro, com muito pesar informa o falecimento de Djalma Oliveira Costa, último fundador vivo e presidente de honra da agremiação, conhecido por todos como Djalma Sabiá.  Nascido em 13 de maio de 1925, Djalma foi um verdadeiro talento, não só no samba como no futebol. Sua habilidade no esporte, mais precisamente na defesa, rendeu-lhe o apelido que o acompanhou por toda a sua trajetória no mundo do samba.

Embora não tenha nascido no Morro do Salgueiro, foi ali que fincou suas raízes e onde encontrou amigos, amores e inspiração para compor sambas que foram eternizados na história dos Acadêmicos, escola que ajudou a fundar e onde deixou sua assinatura em cada segmento. Afinou instrumentos, foi intérprete, compositor, diretor de carnaval e era considerado por muitos uma verdadeira enciclopédia da história do Salgueiro.

Contador de boas histórias, Djalma escreveu a sua juntamente com a da escola que escolheu amar. Além de imortalizar obras como Chico Rei, considerada por Martinho da Vila o mais belo samba do Carnaval, Sabiá revolucionou em verso e prosa o desfile, ajudando o Salgueiro a levantar com altivez, a bandeira de luta pela valorização e reconhecimento dos personagens pretos de nossa história. Era bom também em inovar, tanto que nos deixa como uma de suas heranças , o popular “Leite de Onça”, bebida inventada por ele que mistura côco, cachaça e leite condensado, a qual serviu durante excursão que fez com o elenco do Salgueiro a Cuba e que tornou-se referência dentro do mundo do samba.

Presidente de Honra escolhido por unanimidade e empossado na gestão do presidente André Vaz, Djalma Sabiá conseguiu, em uma de suas últimas aparições na quadra de ensaios, reunir nomes como Rubem Confete, Nelson Sargento e Aloísio Machado para sua posse no mesmo ano em que realizaria sua última passagem pela Marquês de Sapucaí homenageando Xangô.

Com Diva, sua primeira mulher, teve 05 filhos. Viveu a dor da perda de Djalminha e da viuvez, compensada com o companheirismo de Estandilia, famosa porta-bandeira salgueirense . Venceu 06 sambas de enredo na Academia que orgulha-se de saber que é dele o primeiro samba de enredo gravado no Brasil na voz de Emilinha Borba mas , acima de tudo,  orgulha-se em dizer que Djalma Sabiá soube expressar, como poucos, o que representa SER SALGUEIRO.

Nosso baluarte, mestre e referência histórico-cultural segue para um novo plano onde estão Aldir Blanc, Elizabeth Nunes e tantos salgueirenses que escolheram 2020 para sua despedida, marcando para sempre sua história em nossos corações. Descanse em paz.

Salve Djalma Sabiá, nosso rei negro!

 

“Sabiá dê um recado à Noel e ao Anescar

Diga ao Guara e ao Babão

Pra não perderem a reunião

Hoje tem partido alto

Eu quero muita alegria

Convide toda velha guarda, Sabiá

Para alegrar a folia”

 

 

 

 

 


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