Pedra no rim, Covid e dedo do pé imobilizado: musa só se ausenta do Carnaval ‘internada ou morta’

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Pedra no rim, Covid e dedo do pé imobilizado: musa só se ausenta do Carnaval ‘internada ou morta’

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Paula Bergamin, 60, musa da Unidos de Vila Isabel, entrará na Marquês de Sapucaí no próximo sábado, para encerrar os desfiles do Grupo Especial, com a certeza de que driblou obstáculos em série para representar a escola no Carnaval de 2022.
Com a chegada do desfile em homenagem a Martinho da Vila, a beldade, que é empresária e paisagista, faz um balanço dos desafios que precisou vencer desde o início do ano para continuar frequentando os ensaios da azul e branco (ela é das mais assíduas) e estar pronta para brilhar no Sambódromo pela terceira temporada consecutiva.
Em janeiro, conta Paula, ela estava em São Paulo visitando o neto mais novo (ela é avó de cinco crianças) quando descobriu um cálculo renal com cerca de três centímetros (comprimento de uma azeitona) no rim esquerdo. Foi internada e se submeteu a uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, onde permaneceu oito dias sob cuidados médicos. Saiu de lá utilizando um cateter conhecido como “duplo jota”, que auxilia no funcionamento dos rins mas, ao mesmo tempo, dificultava exercícios físicos como o samba e a malhação.
— Teoricamente, não atrapalharia, mas tive dificuldades pra sambar quando fui aos ensaios com a sonda e também não conseguia malhar, preparando o corpo para o desfile. Marquei de retirar o equipamento, mas peguei Covid e tudo se complicou ainda mais — lembra Paula.
Infectada pelo coronavírus, já durante a alta da variante Ômicron, e vítima de uma nova infecção no trato urinária, Paula voltou a ficar internada: foi tratada com antibióticos e retirou, enfim, a sonda, pronta para voltar aos ensaios da Vila — àquela altura, realizados semanalmente na rua, na Avenida 28 de Setembro, a mais famosa do bairro que dá nome à escola. Só que não: a musa sofreu um acidente em seguida.
— Voltei a ensaiar e estava me sentindo ótima. Mas estava numa van, indo para um aniversário numa fazenda. O veículo deu um solavanco e bati com o pé num ferro, embaixo do banco, e minha unha foi arrancada. Saiu muito sangue e a dor foi muito, muito forte. Fui medicada e instruída a manter a unha do jeito que fosse possível, mas… o ensaio técnico da Vila era no dia seguinte — narra Paula.
Apaixonada pela agremiação e ansiosa para participar do evento, realizado pela primeira vez desde 2019, a gata não abriu mão de participar: cruzou a Avenida de chinelo (personalizado com pedrarias que combinavam com a fantasia, ilustrada com as notas musicais de Martinho) e, mesmo debaixo de chuva, foi abraçada pela comunidade e ovacionada pelo público das frisas e arquibancadas. O pé esquerdo, machucado, estava imobilizado.
— Eu iria descalça se pudesse. Tudo desmoronou a partir desses três acontecimentos (o cálculo renal, a Covid e o acidente). Fiquei inchada por causa dos remédios e, além disso, foi impossível calçar a sandália. Pensei que deveria fazer tudo o que pudesse: tenho uma paixão muito grande pelo samba, pelo Carnaval e pela Vila. Não faltaria por nada: só internada ou morta — diz Paula, completando: — Tenho sentido cada vez mais uma sensação de superação por tudo que vivi esse ano. Recebi mensagens dos colegas de escola perguntando por mim e dizendo o quanto eu fazia falta. Por isso, me esforcei pra não faltar. O afeto que recebo me emociona e faz tudo valer a pena.

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